Qualquer pensamento que você tenha sobre si mesmo, seja
grande ou pequeno, não é o que você é! É simplesmente um pensamento! A verdade
de quem você é não pode ser pensada, porque ela é a fonte de todos os
pensamentos.
O que você é, realmente, não pode ser nominado ou definido.
Palavras como alma, luz, deus, verdade, ego, consciência, inteligência
universal ou divindade são ao mesmo tempo capazes de evocar o êxtase da
verdade, mas, totalmente inadequadas como descrição da imensidão do que você
realmente é!
Independente de como você se identifica: criança,
adolescente, mãe, pai, uma pessoa mais velha, uma pessoa saudável, uma pessoa
doente, uma pessoa que sofre ou uma pessoa iluminada, sempre, por trás disso
tudo, está a verdade sobre você. Ela não é estranha a você! Está tão próxima
que você não consegue acreditar. A verdade de quem você, é intocada por
qualquer conceito de quem você é! A verdade de quem você é, é livre de tudo
isso! Você já é livre. E tudo o que bloqueia a compreensão e a realização desta
liberdade é seu apego a alguma ideia sobre quem você é. Mas, este pensamento
não impede que você seja a verdade que você é, pois você já é isto. Ele apenas
o afasta da compreensão sobre quem você é.
Eu o convido a deixar que a sua atenção mergulhe naquilo que
sempre esteve presente, esperando abertamente por sua própria auto realização.
Quem é você, realmente?
Você é alguma imagem que aparece em sua mente? Você é alguma
sensação que aparece em seu corpo? Você é alguma emoção que atravessa a sua
mente e o seu corpo? Você é algo que
alguém disse que você é? Ou é uma revolta contra algo que alguém disse que você
é? Estas são algumas das muitas vias erradas de identificação. Todas estas
definições vêm e vão! Nascem e depois morrem! E a verdade de quem você é não
vem, nem vai. Ela está presente antes do nascimento, durante toda a vida e
depois da morte.
Descobrir a verdade de quem você é não é apenas possível: é
seu direito de nascença! Qualquer ideia de que esta descoberta não seja para
você, de que agora não é o momento, de que você não é digno ou de que você não
está pronto, todas elas são apenas truques da mente! Está na hora de investigar
este pensamento “eu” e perceber a sua real validade! Nesta investigação, ocorre
uma abertura para a consciência inteligente que você é, finalmente reconhecer a
si mesma!
A pergunta mais importante que você pode fazer a si mesmo é:
quem sou eu? De certa forma, esta tem sido uma curiosidade implícita ao longo
de toda a sua vida.Toda atividade, toda ação, seja ela individual ou coletiva,
na sua raiz, é motivada por uma busca de auto definição. Tipicamente, você busca
e espera por uma resposta positiva para esta pergunta, sempre fugindo e se
esquivando de uma resposta negativa. E quando esta questão se torna explícita,
o momento e o poder da pergunta direcionam a busca pela resposta, que é aberta,
viva e cheia de insights cada vez mais profundos!
Você certamente já experimentou tanto o sucesso quanto o
fracasso! Após um certo estágio, cedo ou tarde, você compreende que o que você
é, independentemente da definição, não é satisfatório. E se esta questão não
for verdadeiramente respondida, e não apenas convencionalmente respondida, você
continuará com a fome deste saber. Porque, independente de como você tenha sido
definido, nenhuma definição pode trazer uma certeza duradoura. E o momento em
que se percebe que nenhuma resposta jamais satisfez esta dúvida, ele é crucial.
Ele é muitas vezes definido como o amadurecimento espiritual.
Em seu poder e simplicidade, a pergunta “quem sou eu” lança
a mente de volta à raiz da identificação pessoal, à suposição básica “eu sou
alguém” e, ao invés de simplesmente aceitar esta suposição como uma verdade
absoluta, você pode investigar mais profundamente.
Não é difícil constatar que esta suposição básica “eu sou
alguém” cria uma dependência para muitos tipos de estratégias: ser “alguém”
melhor, ser “alguém” mais protegido, “alguém com mais prazer, mais conforto,
mais satisfação! Mas, quando este pensamento muito básico é questionado, a
mente encontra o “eu”, que se assume como algo separado daquilo que ela vinha
procurando. Isto é chamado de auto inquirição.
A pergunta mais básica: quem sou eu? É justamente a mais
negligenciada. Passamos a maior parte de nossos dias dizendo a nós mesmos e aos
outros que somos alguém importante, ou alguém totalmente sem importância, ou
alguém grande, ou aluem insignificante. Sem nunca realmente questionar esta
suposição mais básica. Quem é você, realmente?
Quando você volta a sua atenção para a pergunta “quem sou
eu?”, talvez você se depare com aquela entidade que tem o seu rosto e o seu
corpo, Mas, quem está ciente desta entidade? Você pode ser um objeto da sua
própria consciência? Ou você é a consciência do objeto? A identificação
equivocada de si mesmo como sendo algum objeto da percepção leva ao extremo
prazer, mas, invariavelmente, à extrema dor! Mas, quando você está disposto a
romper com as identificações, e descobre direta e completamente que é a própria
percepção, a própria consciência, a busca por si mesmo através do pensamento termina!
Não há absolutamente nenhuma entidade ali! Há apenas o indefinível e ilimitado
reconhecimento se si mesmo, como inseparável de qualquer outra coisa. Você é
livre! Você é completo! Você é infinito!
Gangaji
(tradução livre do blog)
Gangaji
(tradução livre do blog)